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A importância da Interpretação Bíblica

  • Foto do escritor: Seminário Teológico Ibetel
    Seminário Teológico Ibetel
  • 1 de out.
  • 6 min de leitura

A importância do estudo das línguas originais na interpretação Bíblica, vamos analisar alguns textos e logo isso ficará claro pra nós.

 

1°. 1°Co.12.13

Καὶ γὰρ ἐν ἑνὶ πνεύματι ἡμεῖς πάντες εἰς ἓν σῶμα ἐβαπτίσθημεν 

e por em um Espirito  nós todos fomos batizados para dentro de um só corpo.

ü  Alguns interpretam este Texto como sendo o Espirito Santo sendo o agente deste batismo, julgam que o Espirito Santo não pode ser o meio deste batismo, pois isso negaria a personalidade do Espirito Santo;

ü  Se o Espirito Santo aqui é o agente quando se cumpri Mc.1.8;

 

A solução desta questão está na gramática grega, quando há um preposição (ἐν, em  e um dativo (πνεύματι, espirito) juntos o substantivo é meio e não agente.

ü  Neste caso aqui Cristo é o agente não nomeado da ação verbal e o Espirito que é o objeto direto sobre a ação verbal;

ü  Alguns advogam que o batismo no Espirito é pós conversão, mas quando olhamos para os verbos batizar, fomos, que estão na voz passiva e o adjetivo todos onde recais a ênfase, vê-se que este batismo ocorre no ato da conversão;

Considerar o Espirito como meio aqui não diminui a sua personalidade.

 

2° Lc.2.14

δόξα ἐν ὑψίστοις θεῷ καὶ ἐπὶ γῆς εἰρήνη ἐν ἀνθρώποις εὐδοκίας

Glória a Deus altíssimo na paz na terra e boa vontade para com os homens

Paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor

 

δόξα ἐν ὑψίστοις θεῷ καὶ ἐπὶ γῆς εἰρήνη ἐν ἀνθρώποις εὐδοκίας

Paz na terra, boa vontade para com os homens.

Quando olhamos as duas traduções não achamos nada de errado, se olhamos para os substantivos em negrito percebemos a diferença.

 

A segunda tradução que o substantivo está no nominativo coloca essa paz de forma genérica ao passo que a primeira tradução onde o substantivo está no genitivo (de boa vontade, caracterizado pelo beneplácito de Deus, deixa claro que essa paz é restrita aqueles que rebem Cristo em suas vidas com Paulo deixa claro em Rm.5.1.

 

3° Jo.1.1

 

Εν ἀρχῇ ἦν ὁ λόγος, καὶ ὁ λόγος ἦν πρὸς τὸν θεόν, καὶ θεὸς ἦν ὁ λόγος. 

As Testemunha de Jeová usam este Texto para provar que Cristo não é Deus segundo como não o artigo definidor no substantivo Deus logo é um artigo indefinido, portanto Cristo não é Deus seguindo este argumento.

 

 No princípio era a Palavra[1], e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era um deus.

O interessante é que nenhum dos tradutores desta bíblia eram perito em línguas originais, a tradução de 1980 que foi feita por “Johannes Greber, este tradutor recorria ao "Mundo Espiritual de Deus" para o esclarecer sobre como deveria traduzir as passagens difíceis[2]

O Pr. Greber era espirita e segundo ele recorria a esposa que era médium que tinha acesso ao “mundo espiritual de Deus” que recebia a interpretação desses pontos difíceis

Mas há um erro gramatical grave aqui que leva há esta interpretação herética do Texto, vejamos:

1° a construção do texto é nominativo-predicado, em grego o nominativo é o sujeito da frase e indica um sujeito maior que se identifica com Deus.

No princípio, era o Verbo (N), e o Verbo estava com Deus (P), e o Verbo era Deus.

O nominativo-predicado descreve a classe que o sujeito pertence, na tradução e temos um verbo que está no presente indicativo (era, estava) este verbo no presente indica existência.

Traduzem com um artigo indefinido, pois segundo eles não tem o artigo definidor no sujeito da frase:

- a própria construção em grego nominativo-predicado subentende-se o artigo;

- Diante de nomes monádicos como o caso de Logos aqui a presença do artigo já está subentendida;

- Temos aqui uma construção do adjetivo predicativo quando isso ocorre não há artigo definidor do sujeito, pois está predicando ou afirmando algo sobre o sujeito, na posição atributiva se qualifica um substantivo neste caso há a presença do artigo;

e o Verbo era Deus.

- em suas traduções se fossem seguir essa regra da ausência do artigo deveriam ter feito isso também nos versos 1,2, um princípio, 1.4 uma vida, um deus 1.6, 18,;

- O contexto teológico de João milita contra essa tradução errônea, 5.23; 8.58; 10.30; 20.28, aqui João claramente deixa claro que cristo é Deus e é incriado, porque só este Texto ele iria contra sua própria teologia;

- Temos também um outro fator importante quando o predicativo do sujeito aparece antes do verbo ele recebe ênfase

- Temos aqui a presença de um verbo estativo era que diz o sujeito indicado pelo verbo existe exatamente no estado citado pelo verbo;

  καὶ θεὸς ἦν ὁ λόγος

e Deus era a Palavra.

Nesta construção está se enfatizando a essência e qualidade do sujeito.

Veja como a tradução pode determinar a teologia de alguém.

e a Palavra era o Deus ( o Pai, sabelianismo);

2° e a Palavra era um Deus (arianismo);

3° e a Palavra era Deus (fé ortodoxa).

MODO INDICATIVO

O indicativo é uma apresentação da certeza 

FP.4.19

ὁ δὲ θεός μου πληρώσει πᾶσαν χρείαν ὑμῶν 

meu Deus suprirá todas as nossas necessidades

MODO IMPERFEITO

Ação simples no passado com aspecto de progressão

καὶ ἔλεγεν· ὃς ἔχει ὦτα ἀκούειν ἀκουέτω. (Mk. 4:9 BNT)

E disse: quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

MODO AORISTO

o aspect do aoristo a ação é vista de for a em sua totalidade sem considerer a ação interna da ocorrência.

  καὶ ἐκτείνας τὴν χεῖρα ἥψατο αὐτοῦ  (Matt. 8:3 BNT)

Ele estendeu sua mão e o tocou

MODO FUTURO

O futuro descreve algo que vai acontecer

καὶ οἱ νεκροὶ ἐν χριστῷ ἀναστήσονται πρῶτον· (1 Thess. 4:16 ABYZ)

os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.

MODO PERFEITO

É uma ação completa no passado que tem resultados no tempo presente.

Ἄνθρωπε, ἀφέωνταί σοι αἱ ἁμαρτίαι σου. (Lk. 5:20 ABYZ)

Ó homem, teus pecados estão perdoados 

MODO MAIS QUE PERFEITO

Este tempo descreve uma ação no passado que depende de outra ação no passado.

Οὕτως καὶ ἡμεῖς, ὅτε ἦμεν νήπιοι, ὑπὸ τὰ στοιχεῖα τοῦ κόσμου ἦμεν δεδουλωμένοι· (Gal. 4:3 ABYZ)

Quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo.

Os exemplos que aqui analisamos mostram como é importante realizarmos uma interpretação fiel ao Texto Bíblico, sempre buscando a intenção autoral. Ainda que tenhamos nossos pressupostos teológicos e nossa herança denominacional, devemos procurar ao máximo a objetividade na interpretação das Escrituras.

Mesmo que o leitor não disponha de todo o aparato acadêmico para auxiliá-lo na interpretação, hoje há muitos recursos acessíveis — como sites confiáveis, comentários bíblicos e comparações de traduções — que podem servir de auxílio nesta tarefa.

O mais importante, porém, é que o intérprete se esforce para ouvir o autor inspirado, e não apenas a si mesmo. A interpretação bíblica fiel não consiste em projetar nossas ideias no texto, mas em submeter nossos pensamentos ao que o texto realmente diz.

Assim, o estudo das línguas originais não é apenas uma questão acadêmica, mas um caminho para preservar a integridade da mensagem divina e manter viva a verdade revelada por Deus em Sua Palavra.

 


[1]  O significado da palavra “princípio” (em grego, arkhé) nas Escrituras Gregas Cristãs depende do contexto. Ela não pode se referir ao princípio de Deus, o Criador, já que ele é eterno e não teve princípio. (Sal 90:2) Por isso, o “princípio” mencionado aqui deve se referir à época em que Deus começou a criar. A primeira criação de Deus, que no céu recebeu o título de a Palavra, mais tarde se tornou Jesus. (Jo 1:14-17) Assim, Jesus é o único que pode ser chamado de “o primogênito de toda a criação”. (Col 1:15) Como ele foi “o princípio da criação de Deus” (Ap 3:14), ele foi criado antes de qualquer outra criatura e do Universo. Na verdade, foi por meio de Jesus que “foram criadas todas as outras coisas nos céus e na terra”. — Col 1:16; para outros exemplos de como a palavra “princípio” é usada, veja a nota de estudo em Jo 6:64.

a Palavra: Ou: “o Logos”. A expressão “a Palavra” (em grego, ho lógos) é usada aqui como um título e também aparece em Jo 1:14 e Ap 19:13. João mostrou que esse título pertence a Jesus. O título foi usado para se referir a ele antes de vir à Terra, durante o seu ministério como homem perfeito e depois que ele retornou ao céu e foi enaltecido. Deus usava Jesus como seu Porta-Voz para transmitir informações e instruções a seus outros filhos espirituais e aos humanos. Assim, é razoável concluir que, antes de vir a Terra, Jesus tenha sido muitas vezes o anjo usado por Jeová para se comunicar com os humanos. — Gên 16:7-11; 22:11; 31:11; Êx 3:2-5; Jz 2:1-4; 6:11, 12; 13:3

 

[2] REED, David A, As Testemunhas de Jeová – Refutando Versículo por Versículo, São Paulo, Juerp, pg.67

 
 
 

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