A tribo de José em Apocalipse 7
- Seminário Teológico Ibetel
- 29 de mai.
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de jun.

Boa noite, amigos e incansáveis companheiros da boa teologia!
A questão da presença da tribo de José e da ausência da tribo de Dã em Apocalipse 7 é um dos pontos mais curiosos e debatidos na exegese bíblica. O texto de Apocalipse 7.4-8 apresenta a lista das 12 tribos de Israel que são seladas, mas com algumas modificações em relação às listas tradicionais do Antigo Testamento.
Vamos por partes, com explicação teológica, histórica e simbólica:
1. A Lista em Apocalipse 7: Uma Tribo Entra, Outra Sai
O texto apresenta:
• José (v. 8) está incluído.
• Manassés também é incluído (v. 6).
• Dã está ausente.
Curioso: José foi pai de Efraim e Manassés. Tradicionalmente, quando Levi (a tribo sacerdotal) não é contada, os dois filhos de José são contados para manter o número de doze tribos. No entanto, em Apocalipse 7:
• Levi é incluído.
• Manassés é contado como uma tribo.
• José aparece no lugar que normalmente seria de Efraim.
• Dã é excluído completamente.
2. Por que a Tribo de Dã foi Excluída?
a) Associação com a Idolatria
A tribo de Dã tem um histórico fortemente ligado à idolatria:
• Juízes 18: Os danitas estabelecem culto idolátrico.
• 1 Reis 12.28-30: Jeroboão coloca um bezerro de ouro em Dã, como centro de culto alternativo a Jerusalém.
Por isso, muitos intérpretes creem que João omitiu Dã como um símbolo de juízo contra a idolatria e apostasia.
b) Tradição Judaica Apocalíptica
Em alguns escritos apocalípticos judaicos (ex.: Testamento dos Doze Patriarcas), Dã é associado com o anticristo ou agente do mal. Essa tradição pode ter influenciado João a omitir Dã como tribo dos selados.
3. Por que José Aparece?
a) José como Representação de Efraim
Efraim, frequentemente criticado por sua idolatria (Oséias 4.17: “Efraim está entregue aos ídolos”), também é omitido de nome. Mas seu lugar está preservado simbolicamente em José — seu pai.
Isso é uma forma de manter o número “12” sem mencionar diretamente Efraim e Dã, ambos com histórico de idolatria e rebelião.
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